O dia de hoje é muito lindo e sensacional, porque é aniversário do meu irmão adorado Marcelo. Estamos preparando muitas doçuras para ele e esperando ansiosamente a sua chegada. Tenho muito que falar sobre o meu irmão, mas como ele é um tanto tímido, direi apenas que seu coração é do tamanho do mundo. Ele é doce, gentil, inteligentíssimo, prestativo, um amigão para todas as horas e – importante sublinhar – o melhor mestre de rpg de todos os tempos. 

Escolhi um livro que tem tudo a ver com rpg para ilustrar o seu dia especial. Mas antes agradeço todos os anos de paciência com tantos jogadores  tresloucados, distraídos, furiosos, gananciosos, inocentes e alguns até engraçadinhos demais. É claro que alguns destes “adjetivos” se aplicam a mim, mas nem todos. Ele conseguiu acabar com brigas homéricas e disputas estapafúrdias, sempre com a classe e o profissionalismo que lhe são peculiares. Maninho, obrigada pelas aventuras maravilhosas, por sua criatividade sem fim e por seu bom-humor mesmo quando eu insisto em atacar com shurikens rebeldes. Você é demais! 

Bom, então vamos à grande aventura de Bilbo Bolseiro, um sujeito até então pacato, amante da boa mesa, que vivia sua vidinha tranquila na imensidão verde do Condado. Mas, para quem é muito jovenzinho e não conhece a saga O Senhor dos Anéis, devo falar sobre as peculiaridades da raça de Bilbo, que é um hobbit. Os hobbits são pequeninos, geralmente têm a metade da altura de um humano. São mestres na arte da fuga e seus ouvidos são potentes. Têm pés peludos, resistentes como couro, cabelos espessos e encaracolados, rostos amigáveis, dão gargalhadas sonoras e deliciosas (especialmente depois de jantarem). Acho que já deu para perceber como os hobbits são criaturas simpáticas, ainda que avessas às grandes batalhas. 

E lá estava o nosso querido Bilbo, fumando preguiçosamente seu cachimbo, quando o lendário mago Gandalf aparece em sua porta e assim, sem mais nem menos, diz que está procurando alguém para participar de uma aventura. É claro que Bilbo rejeita a oferta no mesmo instante, mas para honrar a hospitalidade dos hobbits convida o mago para um chá no dia seguinte. Chegada a hora do tal encontro, não é Gandalf quem aparece, mas sim treze anões famintos, mal-humorados, armados e preparados para a tal aventura de Gandalf. O mago afinal aparece e depois que os anões limpam a sua despensa e entoam canções de glória e coragem, o imponente Thorin Escudo de Carvalho (um dos personagens preferidos do Marcelo) finalmente apresenta sua proposta. 

Thorin relata a expulsão de sua família da Montanha Solitária, quando o demoníaco dragão Smaug, atraído pela riqueza dos anões, atacou toda a comunidade, matando muitos de seus amigos e parentes. Thorin queria vingar os mortos e recuperar o tesouro de seus ancestrais. Para isso teria que localizar a entrada secreta da Montanha e a ajuda de um “ladrão” – no caso, Bilbo – viria muito a calhar. 

Cedendo a um chamado interior (provavelmente ao seu lado Tûk por parte de mãe, o lado mais aventureiro da família e talvez aparentado das fadas), Bilbo fecha um contrato com os anões e parte de sua linda terra, munido apenas de um capuz verde-escuro manchado e uma capa também verde-escura emprestados do anão Dwalin. Montado num pônei ele logo volta a pensar em sua toca quentinha, mas agora é tarde demais, o espírito da aventura já o agarrou e não o largará mais. Acho que todos vocês curtirão essa jornada inesperada ao lado de Bilbo, Gandalf e dos anões mais corajosos da Terra Média (além de Gimli, claro, que só aparece em O Senhor dos Aneis). Um brinde de hidromel pelo sucesso desta empreitada e, claro, pelo aniversário do mestre/guerreiro anão Marcelo. Feliz aniversário, maninho, te amo muito!!!